Maduro pede ajuda da ONU para ‘desativar campos minados’ na fronteira com a Colômbia

A Venezuela vai pedir “ajuda imediata” à Organização das Nações Unidas (ONU) para “desativar os campos minados” que grupos irregulares plantaram, segundo Caracas, na fronteira com a Colômbia, onde confrontos estão sendo travados desde o final de março, anunciou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, “dirige um comunicado ao secretário-geral Antonio Guterres das Nações Unidas para solicitar ajuda emergencial imediata para que tragam todas as técnicas para desativar os campos minados deixados por esses grupos irregulares de assassinos e traficantes de drogas vindos da Colômbia”, disse Maduro em um discurso televisionado.
As Forças Armadas da Venezuela realizam operações militares no estado de Apure (oeste), na fronteira com a Colômbia, onde são registrados confrontos desde 21 de março, reportados pelas autoridades dos dois países.
Imagem de velório, em 29 de março de 2021, de um civil venezuelano que foi morto durante o confronto entre militares do país com grupos armados da Colômbia — Foto: Luisa Gonzalez/Reuters
Desde então, essas operações deixaram seis soldados e nove “terroristas” mortos, além de mais de 30 detidos, segundo balanço do governo venezuelano.
A Venezuela enfrenta “grupos orgânicos e articulados ao Exército colombiano, ao governo de Iván Duque” que “se vestem de guerrilheiros para servir às rotas do narcotráfico”, acusou Maduro, que destacou que há duas semanas iniciou a “expulsão” de tais grupos do território venezuelano.
- Grupos de direitos humanos pedem intervenção da ONU na fronteira entre Venezuela e Colômbia
“Já desalojamos vários acampamentos. Eles deixaram o território minado, trouxeram a prática das minas antipessoal (…) para a Venezuela. Perdemos vários soldados venezuelanos para as minas terrestres. Assassinos!”, exclamou.
O Comando Operacional Estratégico das Forças Armadas da Venezuela assegurou no Twitter que utilizou “fogo de artilharia contra grupos irregulares armados colombianos terroristas”.
Maduro reconheceu no domingo passado a possibilidade de dissidentes da guerrilha dissolvida das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) serem responsáveis por confrontos com militares e ataques a civis na fronteira colombiano-venezuelana.
O próprio presidente e outros altos funcionários venezuelanos evitaram identificar os irregulares como dissidentes da guerrilha esquerdista desmobilizada.
As autoridades colombianas indicaram, por sua vez, que a operação foi um golpe contra uma ala de membros dissidentes das FARC.
Os dois países, que dividem uma fronteira porosa de 2.200 quilômetros, romperam relações depois que o governo Duque reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019.
Embora Guaidó seja reconhecido como presidente interino por cinquenta países, com os Estados Unidos, Maduro mantém o poder com o apoio das Forças Armadas.
Vídeos: Últimas notícias de mundo
Fonte: G1 – Mundo